AMARAL, Vitor é carioca e professor de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Federal Fluminense, onde também atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura. É pesquisador da obra de James Joyce. Seu principal interesse são as traduções da obra joyciana no Brasil e os estudos sobre retradução. É coordenador do grupo de pesquisa Estudos Joycianos no Brasil e tradutor da Outra poesia de James Joyce pela Syrinx.
APOLLINAIRE, Guillaume polaco franco italiano, belga renano germano, nascido em Roma em 26 de agosto de 1880, filho de Angelica de Kostrowitzky e pai desconhecido; batizado Guglielmo Alberto Wladimiro Alessandro Apollinaire de Kostrowitzky, apelidado Cointreau-Whisky, autonomeado primeiro Guillaume Macabre, e depois, e definitivamente, Guillaume Apollinaire, é uma das personalidades artísticas mais influentes do século XX. Poeta prosador pornógrafo, jornalista tradutor crítico de arte, glutão, artilheiro da linha de frente no front na Guerra de 14-18, mal-amado macabro soldado enamorado & até mesmo acusado de ter roubado a Monalisa do Museu do Louvre. A vida de Guillaume é repleta de acontecimentos extraordinários, amores rompidos e criações inovadoras que o colocam como encabeçador de diversos movimentos de vanguarda do início do século XX e o responsável por uma revolução formal na poesia com os caligramas e a abolição da pontuação.
APRIGLIANO, Adriano é professor de Língua e Literatura Sânscrita na FFLCH-USP. Pesquisador da obra do filósofo da linguagem Bhartr̥hari (Índia, V. d.C.), traduziu do sânscrito o primeiro livro do Vākyapadīya (Da palavra, Unesp, 2014). Traduziu, também do sânscrito, uma coleção de 12 Upaniṣad, que se acha no prelo pela Edipro. Do gəʿəz (etíope antigo) traduziu dois tratados de filosofia de séculos XVII e XVIII. Estreia em tradução de poesia latina com O descimento ao Averno, pela Syrinx.
BROWN, Bob poeta-editor-viajor|1908-1917-poesia-prosa-revistas-jornais-Nova-York-2romances-pulp:What-Happened-to-Mary-The-Remarkable-Adventures-of-Christopher-Poe(1913)-1livro-poemas:My-Marjonary(1916)|1918-viaja-México-América-Central-Santiago-Chile|1919-muda-se-Rio-de-Janeiro-com-Rose-Brown-fundam-revista-Brazilian-American|1929-crashviaja-ásia-europa|1929-1933-França-frequenta-comunidadeliterária-expatriados-Paris-publica-volumes-poesia:1450-1950(1929)-Globe-Gliding(1930)-Gems(1931)-Words(1931)-Demonics(1931)-lança-manifesto:Reading-Machine-projeção-ampliada-tipos-miniatura-impressos-fitas-móveis-rebobináveis-literaturacinemavisualidadevelocidade-publica-livro-READIES-compoemas-Gertrude-Stein-Filipo-Marinetti-William-Carlos-Williams-Ezra-Pound-outros-formatados-para-Máquina-de-Ler|1933-retorna-Nova-York-escreve-livrosculinária-com-Rose-&-Cora-Brown|Depois-colôniascooperativas-Arkansas-Lousiana-visita-USSR-escreve-livro:Can-We-Co-operate(1940)-sobre-viabilidade-americasocialismo|1941-com-Rose-retorna-América-Latina-viaja-Amazônia-acumula-coleção-substancial-artefatos-artecultura-lança-livro:-Amazing-Amazon(1942)|residem-Rio-de-Janeiro-até-1952-morre-Rose-Brown-Bob-Brown-retorna-Nova-York|1953-abre-loja:Bob-Brown's-Books-Greenwich-Vi l l a g e
-e s c r e v e - a t é - a -morte-1959.
DOPPELT, Suzanne nasceu em Paris. Estudou filosofia. Escritora e fotógrafa, atuou em editoras (dirigiu a coleção “Le rayon des curiosités” na Bayard) e revistas (foi membro do comitê de redação da revista Vacarme, dirigiu a revista Détail com Pierre Alferi). Lecionou filosofia, literatura e fotografia e coordenou oficinas de escrita. Vem participando de residências artísticas, de leituras públicas de seus textos e de encontros sobre eles. É conhecida por conjugar escrita e fotografia nas suas publicações. Mas, a propósito do seu penúltimo livro, Meta donna, de 2020, ela diz: “Quanto às fotografias, elas ainda estão aqui, um velho hábito, uma outra maneira de sugerir alguma coisa, mas uma a menos em cada livro, faltam ainda 7, se minha conta está certa, para que não haja mais nenhuma.”
GLENADEL, Paula nasceu no Rio de Janeiro. Professora no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora responsável por um projeto apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela colabora com revistas no Brasil e no exterior, organiza livros coletivos e publica ensaios literários e traduções de poetas franceses, como Michel Deguy, Jacques Roubaud e Nathalie Quintane. Publicou obras de poesia, Rede (2014), A fábrica do feminino (2008), Quase uma arte (2005) e A vida espiralada (1999).
JOYCE, James nasceu na Irlanda e morreu na Suíça. Quanto ao resto de sua vida, especula-se que durante a I Guerra tenha sido espião, mas certamente foi espionado; sabe-se que foi grande apreciador de gravatas e que chamou a atenção de Jung e de Lacan; foi chamado de obsceno por praticamente todos os cidadãos puros, principalmente dos EUA; seu Ulysses não era afrodisíaco, mas emético, sacramentou o juiz Woolsey; dizem que passou pelo Rio de Janeiro a bordo do transatlântico Almanzora, a caminho de Buenos Aires, onde foi conhecer o marinheiro Frank, de “Eveline” (se não acreditam, leiam o Jornal do Brasil de 6 de dezembro de 1925 e o Correio da Manhã de 13 de dezembro); forjou seu próprio obituário e reapareceu como barman em um livro de Flann O’Brien. Sobreviveu, sem dúvida, nas suas imagens, na sua voz lendo “Anna Livia Plurabelle”, em Stephen, em Molly, em Bloom, no Bloomsday, na sua obra nas leituras que fazemos dela. Dia-após-dia.
KERHART, Gabriel é poetixador, pesquisador e performer. Para ganhar o pão, vende livros e discos, faz oficinas e trabalha como designer gráfico, mas procura um mecenas. Participou das exposições GIL70 e TOM ZÉ 80. Co-dirigiu o clipe da música “Trevas”, de Jards Macalé. Tem poemas publicados nas revistas Artéria, Errática, Circuladô, entre outras. Como tradutor, publicou em parceria com outras quatro pessoas o livro Jonas Mekas: Diárias 1970–1972. É tradutor da Revolução ocular do globo - coleção d escritos ópticos de Bob Brown, pela Syrinx, e foi quem desenhou o logo da editora.
PONDIAN, Juliana Di Fiori é editora e fundadora da Syrinx. Professora e pesquisadora nas áreas de linguística, semiótica, tradução, poesia e literatura, com diversas publicações na área, concluiu em 2021 o Pós-Doutorado no Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo. Tradutora de línguas clássicas e modernas, publicou a obra inaugural da Syrinx em 2018, Et moi aussi je suis peintre - título fantasma de um livro inexistente, com cinco caligramas de Apollinaire.
POUND, Ezra nasceu em Hailey, Idaho, nos EUA, o “país semisselvagem”. Decidiu aos 15 anos que aos 30 saberia mais sobre poesia do que qualquer pessoa no planeta. Ao se casar com a pintora e gravurista Dorothy Shakespear, ele, filho de Homer Pound, teria dito: “notem a progressão: Homero, Shakespeare, Pound”. Passou a maior parte da vida em movimento, criando vanguardas literárias (imagista e vorticista), auxiliando e divulgando artistas e gens de lettres, escrevendo poesia e ensaios, traduzindo, mas também compondo óperas e peças para violino (com sua companheira Olga Rudge), tratados de economia, música, digestos de filosofia e compêndios de textos chineses. Defendeu o fascismo na Radio Roma durante a Segunda Guerra Mundial contra os Aliados e com um “suburbano preconceito antissemita” (admitiria mais tarde, desculpando-se a Allen Ginsberg). Julgado por traição nos EUA, foi diagnosticado com delírio paranoide e enviado ao hospital psiquiátrico St. Elizabeths, em Washington, onde viveu doze anos e desenvolveu o que chamava Ezuversity, recebendo visitantes do mundo todo. Pound retornaria a Veneza, onde viria a morrer aos 87 anos de idade. Sua voz gravada, lendo os poemas, é a voz de um fantasma ou de um profeta falhado. Ou ambos.
VILLA, Dirceu é autor de 7 livros de poesia, MCMXCVIII (1998), Descort (2003), Icterofagia (2008), Transformador (antologia, 2014), speechless tribes: três séries de poemas incompreensíveis (2018), couraça (2020) e ciência nova (2022). Traduziu Um anarquista e outros contos, de Joseph Conrad (2009), Lustra, de Ezra Pound (2011), Famosa na sua cabeça, de Mairéad Byrne (2015), O chamado de Cthulhu, de H.P. Lovecraft (2020) e “O Anjo Heurtebise”, de Jean Cocteau (inédito). Tem doutorado sobre o Renascimento italiano e o inglês (2012), e pós-doutorado em literatura brasileira (2015). Foi convidado para os festivais de poesia de Berlim, na Alemanha (2012), Granada, na Nicarágua (2018) e Siena, na Itália (2019), além de para uma residência de tradução em Norwich e Londres (2015). É professor da Oficina de Tradução de Poesia da Casa Guilherme de Almeida, Centro de Estudos de Tradução Literária e professor de escrita no Laboratório Permanente do Poema, do Instituto Capivara Cultural.
VIRGÍLIO, Públio nasceu na aldeia de Andes, não longe de Mântua, nos idos de outubro do primeiro consulado de Pompeu Magno e Licínio Crasso. Conta-se que, grávida, sua mãe sonhou ter parido um ramo de loureiro que, ao tocar a terra, pegou logo raiz e cresceu ali mesmo na forma de árvore madura e cheia de vários frutos e flores. Na manhã seguinte, quando se dirigia com o marido para uma região vizinha, tomou desvio e partejou na fossa que margeava a via. Diz-se que a criança, ao nascer, não chorou e que era de tão belo semblante que já então não dava dúvida de sua próspera estrela. E houve ainda outro presságio, pois um broto de papoula que, conforme o costume da região nos casos de parto, havia sido plantado naquele exato lugar medrou tão rápido que igualou papoulas plantadas muito antes. Esta árvore é por causa dele chamada árvore de Virgílio, que é ademais consagrada pela imensa veneração das grávidas e recém-paridas que debaixo dela fazem e pagam seus votos.